quinta-feira, 5 de novembro de 2009

País das Maravilhas...

Quem me dera ser pequena como Alice e entrar no País das Maravilhas, aprender a viver numa outra lógica e me maravilhar com um outro mundo. Ando tão cansada desse, das mesmas coisas sem propósitos, dos sacrifícios diários, das cobranças chatas, das inseguranças, incertezas, inconstâncias... Queria eu seguir o Coelho Branco e entrar pela porta pequena...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

crescimento


No florecer, a água brota de si num doloroso desabrochar
Ainda é botão.
Até abrir-se em flor

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fotografia

Hoje o mar faz onda feito criança, no balanço calmo a gente descansa ...

As cores, figuras, motivos, o sol passando sobre os amigos. Histórias, bebidas, sorrisos e afeto em frente ao mar.
Quando as sombras vão ficando compridas, enchendo a casa de silêncio e preguiça, Deus deixa pistas pra eu ser feliz.
E quando o dia não passar de um retrato,colorindo de saudade o meu quarto,vou ter certeza de fato que eu fui feliz.
O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia.

As cores, figuras, motivos, o sol passando sobre os amigos.Histórias, bebidas, sorrisos e afeto em frente ao mar.

Fotografia - Leoni e Leo Jaime

sábado, 10 de outubro de 2009

sobre a vida

o silêncio era tão profundo,
silêncio de morte,
que só se ouvia o caminhar do relógio.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dias

Apesar de uma série de problemas, Sara conseguia ter aquele gesto de solidariedade. Era incrível como seu rosto se modificava e seus problemas pareciam sumir com um pedido alheio de ajuda.
Priscila, que já havia vivido aquela cena, na hora apenas admirava o gesto da amiga e pensava feliz que isso não mudara, mesmo com o passar do tempo.
Também não houvera mudança na terapia, Priscila constataria em seguida, ainda era a mesma: música! Música para curar e dança para alegrar! Rodopiar, girar e girar e deixar que o vento carregue toda a mágoa e que numa ciranda da vida a alegria perdida reencontre morada num sorriso em especial. Sorriso que outrora fora o dela.
E, quando a música não bastava e o sorriso minguava, Sara ainda trazia o silêncio e os ouvidos atentos às dores alheias.
Priscila então sorriu para ela, o sorriso foi retribuído com o tom um pouco aflito, Sara preocupava-se com quem ia chegar, Priscila sabia. É Sara que talvez não soubesse o significado daquele sorriso que dizia, ou pelo menos queria dizer: “eu te amo e estou feliz porque você não mudou”.



[24.10.2008]

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Primavera

É, é primavera!

é prima! Obra prima!
é cores, vida, perfumes!

é as cartas na caixinha, o abraço apertaaaado, o amor cultivado.
é os dias de cinema, de filmes em casa com brigadeiro, de bolo de mainha, de shopping, de dulce france, de shows, de escola, de briga, de alegria, de alegrias!

é meu riso mais sincero.
é minha saudade constante.
é minha falta de ter todo dia.

é minha história, minhas lembranças, minha vida.
é as fotos no quadro, é os enfeites no quarto.

é os dias de jerns, os dias de inglês, as tardes de ócio.
é as viagens e os aniversários.

é as meninices e as adultices.

é as diferenças e as semelhanças.
é os sonhos, o cotidiano. é a realidade.
é o amor, é a amiga, é a prima.

é os apelidos.

é a GIGANTE.

é muito, MUITO mais do que tudo isso!
é inexplicável e imensurável!
é beleza! bela! ela!

é Kilva.
PrimaKilva.
Primavera.


Feliz aniversário, minha Loirinha.
Amo muito você!

domingo, 23 de agosto de 2009

Nuvens

Um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão...

Pensei, pensei, pensei e tive que concordar: é... talvez as nuvens não sejam de algodão... acho que elas são de sonhos!Dos sonhos de meninos e meninas, de velhinhos e de jovens, dos moços e das moças... sonhos. Sonhos de voar como passarinhos, de ver o mar, de ir pescar em dias ensolarados, de encontrar um amor...
Sonhos que, se sonhados sozinhos, se transformam apenas em fumaças perdidas pelo caminho, mas, quando sonhados juntos, fazem o céu mais bonito, todo malhado e cheio de bichinhos... ovelhas, passarinhos, elefantes, peixes... vistos apenas por aqueles que sonham, pois só eles param realmente para ver o céu...

Tenho a impressão de que quando os alcançamos ficamos com riso de criança quando está com a boca toda lambusada de doçura, afinal, as nuvens são de sonhos e não de algodão, mas, certamente, guardam em cada sonho a doçura do algodão doce da infância.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

sobre o amor

"quando amamos, ficamos mais próximos de Deus:
parece que Ele sorri"
.
.
Flávio Américo

sábado, 11 de julho de 2009

Sobre amigos...

Hoje bateu uma saudade imensa da minha Leilinha, então, esse é só pra você, minha linda.

- mermão... ela não atende o telefone, pra que Leila tem telefone?
-Faz quase uma hora que estou esperando, já olhei todos os cds das Americanas e ela não aparece... Vamo Leilinha, atende esse telefone, tou com fome! Aproveita, homi, eu com fome... isso quase inexiste..
- Vou na Siciliano fazer plantão!

10 minutos depois... vrumm vrummm... eis que vibra o celular
-Leilinha? Ahh... até que fim... onde cê tá??
- Hehe... Tou no ônibus... o ônibuis atrasou aqui..
-Sério? Mermão... tou com fome..
- Pera, já já eu chego!

20 minutos depois... vrum vrummm
-Onde cê tá, Bichinho?
- Tou na Siciliano...
-Tou chegando aí!

-Bichinhoo!!!!
- Leilinhaaaa!!!!
-Bichinho, meu amor, desculpe o atraso!
- Não boyzinha... tem nada não!(: (feliz da vida)

Porque sempre vale a pena a espera!
AMO você.
Saudadinha da senhora.

domingo, 14 de junho de 2009

Carta a você, desconhecido conhecido

Eu te vi crescer e por tantas vezes também te vi dormir, aninhado, coberto por um lençol, junto aos outros.
Antes você nada falava comigo, mas, como também cresci, envelheci, pelo menos, hoje você fala... algumas vezes. Normalmente só usamos gestos e mesmo quando você realmente fala, nem sempre ouço sua voz, há quase sempre uma leitura de lábios.
Nunca te disse que te vi crescer, nem que te vi dormir... nunca conversei sobre as coisas que você gosta, nem sobre as que não gosta, mesmo te vendo todo dia, mesmo interagindo todo dia contigo eu nunca conversei, nem mesmo sei seu nome. Sempre estou de passagem e você sempre está ali. Parado.
Quase sempre de mão estendida, olhar triste, a outra mão na barriga ou no limpa vidros...
E, nos minutos do sinal, que eu espero impaciente, querendo logo chegar em casa, você que os aguarda sempre, está lá, esperando uma moeda para matar a fome ou sei lá, comprar a cola e fugir da realidade. Nesses minutos, nossos olhares às vezes se cruzam...
Nesses segundos, fico pensando nisso e hoje acho que um dia não vou mais te ver, provavelmente você irá antes de mim e outro, em seu lugar, me abordará e me pedirá: "dá uma moedinha, tia, tou com fome" e a vida seguirá...
Pensar nisso me faz pensar que pensar só não adianta ou, só adianta para mim, que neste momento, deixo de reclamar da vida, da faculdade, do dia-a-dia e agradeço pela vida, pela família e por tudo, mas isso me parece tão egoísta... Pra você, o que isso servirá?
E para os outros, que dormem ao seu lado, o que isso servirá?
E para os que virão?
.
Não queria ter te visto crescer...
.
.
Natal, último semáforo da Prudente de Morais

domingo, 7 de junho de 2009

sentido não sentido

O que não faz sentido
é, muitas vezes, sentido
mesmo quando o sentido
sentido não é
.
por que precisar dos sentidos?
Se o que tenho sentido
verdadeiro sentido é
.
e quando nada mais for sentido,
tudo será sentido
a fé não mais existirá
.
pois, neste dia prescrito
feliz, hei de estar contigo
e tudo sentido fará

domingo, 10 de maio de 2009

Novo fim

tarde
música de fundo
céu perdendo cores
fim

findo em mim

descoloro
azul, vermelho, anil...
apagados
escorrem em lágrimas
.
sobro cinza
vazio
vazia
.
jazo
morta em mim
desamparada
tenho o ceú como teto

brilha então
uma estrela
novas cores
novo fim, recomeço

-brilha aqui!
pois sem Ti
desfaleço

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Caranguejada

Há programas que só se faz quando se é íntimo, comer caranguejo, por exemplo.

Já pensou, você, toda elegante, no salto alto, com um terninho básico, saindo pra um almoço de negócios com um cliente e no cardápio: caranguejo!? Não rola! Primeiro que você se concentra mais no martelinho do que no cliente, depois, pode dar adeus as suas etiquetas, elas não serão suficientes pra impedir que você se mele.

Imaginemos então outra hipótese, você tá paquerando com aquele menino, aquele sabe, que você não vê a hora de receber o convite pra sair? Então, no primeiro encontro ele te chama pra comer caranguejo! Eu, se fosse você, inventava alguma desculpa, uma alergia repentina e de curta duração (ninguém quer ficar sem comer caranguejo por muito tempo), dizia que não gostava muito do lugar, ou coisa do tipo... Mas, imaginemos que você, ingenuamente, concordou.

Primeiro: dê adeus a sua maquiagem, certamente ela irá embora com a primeira patola que irá a sua boca.

Segundo: sabe aquele perfume francês que você comprou em muitas prestações e que só usa em ocasiões especiais (como sair com o boyzinho que você está afim)? Não use! O cheiro dele misturado com o do caranguejo não será nada agradável, aliás, qualquer cheiro, porque, esteja certa, você sairá exalando o doce perfume do caranguejo, e ele também! Então, todas as suas expectativas de assistir um filminho depois é melhor ir por água abaixo...literalmente, porque, certamente, é melhor ir pra casa tomar banho.

Terceiro: já se imaginou quebrando um caranguejo com os dentes? Porque, mesmo com o martelinho, você usa todas as artimanhas, inclusive os dentes, pra tirar aquela carninha deliciosa da pata do bicho. E nem adianta dizer que não usa, porque, qual mortal não se desliga do mundo ao saborear caranguejo? Então, já se imaginou? NINGUÉM consegue impressionar alguém com essas mordidinhas! Nem se fosse Angelina Jolie... tá, talvez se fosse Angelina Jolie...

E a mão lambusada? Mão, boca, rosto... e se você for como eu, até no cabelo se vê a prova do crime.

Ah... e a chupadinha? Aquela que você dá pra pegar mais carne e também aquele caldinho de coco. Por que qual é a graça de comer caranguejo sem isso?

E, por fim, já se viu mais anti-social do que quando está comendo caranguejo? Todos os seus olhares estão nele, fazendo os cálculos precisos de qual melhor ângulo para quebrar a casca e conseguir mais carne. Além de achar um saco, quando alguém, ousadamente, te interrompe enquanto você saboreia a patola, então, rapidamente você responde algo que corte a conversa e mais uma vez se volta para o prato, afinal, ele é muito mais interessante!

Sendo assim, se alguém te convidar pra comer caranguejo, fique feliz, vocês são íntimos. Íntimos o bastante pra não se importar com situações embaraçosas que essa comida pode oferecer... E, caso seja seu primeiro encontro, sugira comida chinesa! O risco é bem menor...

Só não se enrole com os palitinhos... rsrsrs.

Em homenagem a Clarinha e as nossas muitas divagações, enquanto saboreavamos caranguejos.

quarta-feira, 29 de abril de 2009


alegre, chora. lindamente.

terça-feira, 7 de abril de 2009

sobre mudar

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa

"Cria em mim um puro coração
Renova meu espírito
me faça crescer
pois contigo serei um novo ser"

terça-feira, 17 de março de 2009

Naquela manhã


Naquela manhã ensolarada, ela se foi. Pela casa, deixara lembranças de sua estadia, em alguns cômodos talvez mais do que isso, deixara sua presença, uma presença ausente percebida todo tempo.
Pela cozinha, o bom dia ecoava solitário à procura do complemento que por tanto tempo fazia das manhãs mais belas e do acordar um exercício menos doloroso.
.
Naquela manhã ensolarada, ela se foi. Deu o último abraço, como sempre, sinceramente dado e sinceramente recebido. Braços gratos abraçavam, braços gratos recebiam o apertado, amoroso e doloroso abraço.
Ela se foi. Deixara comigo uma gota salgada, que escorrera pelo sorriso triste de despedida, e o mesmo riso triste. Deixara também mais que isso, mais que qualquer lembrança física, deixara seu exemplo, sua vontade, seu caráter.

Naquela manhã ensolarada, o sol não invadiu a casa, que perdeu o brilho, pois ela, ela partiu.

domingo, 15 de março de 2009


quinta-feira, 5 de março de 2009



Afinidade acontece. Um mesmo signo, um mesmo par de sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira. Afinidade acontece entre seres humanos. A mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve.


Mais e menos. O Teatro Mágico

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

nuvens

hoje choveu. tudo ficou embassado.
.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Misterioso, grandioso, fascinante


"Onde só não me sinto sozinha"
Mariana Aydar - Prainha

Molhados e descalços caminham sem rumo
Deixando rastros, seguem desatentos
Sem pressa, sem violência, sem atenção
No chão de areia, pisam sem reclamar
Sem ao menos notar que estão a vagar

A atenção não está neles,
Os sentidos só sentem e a mente só procura
O que está ali em frente:
O mar

Misterioso, grandioso, fascinante
Refresca o corpo, a alma, traz goso
Soa e traz consigo paz.
Embala o sono dos pescadores, dos veranistas, das vidas
É companhia a alma aflita
É descanso.

Misterioso, grandioso, fascinante
É forte, violento, provoca temor
Imenso, amedronta do anão ao mais gigante
Que não domina,
Nem ao menos consegue lutar
Com tamanho vigor.

Misterioso, grandioso, fascinante
Aproxima, é BOM.
E impõe respeito, humildade, impotência.
É maior do que os sentidos conseguem alcançar
É impossível de dominar
É mar.

Misterioso, Grandioso, Fascinante
Aproxima, é BOM.
E impõe respeito, humildade, impotência.
É maior do que os sentidos conseguem alcançar
E até o mar domina.
É Deus

"Amedrontados e admirados, eles perguntaram uns aos outros:
'Quem é este que até aos ventos e as águas dá ordem, e eles lhe obedeceram?'"
[Lc: 8: 25]

[baseado integralmente nas palavras de Zwinglio, que muito me falaram ao coração]

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Gestos

O olhar cansado velava o sono inquieto, o mesmo olhar que outrora brigava com a gravide para ajudar, uma ajuda sem troca... pelo amor, com amor

As mãos que verificavam a temperatura e acariciavam os cabelos eram as mesmas que ampararam a queda e sustentaram o peso... pelo amor, com amor

P. e S.: eu vos amo.