quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dias

Apesar de uma série de problemas, Sara conseguia ter aquele gesto de solidariedade. Era incrível como seu rosto se modificava e seus problemas pareciam sumir com um pedido alheio de ajuda.
Priscila, que já havia vivido aquela cena, na hora apenas admirava o gesto da amiga e pensava feliz que isso não mudara, mesmo com o passar do tempo.
Também não houvera mudança na terapia, Priscila constataria em seguida, ainda era a mesma: música! Música para curar e dança para alegrar! Rodopiar, girar e girar e deixar que o vento carregue toda a mágoa e que numa ciranda da vida a alegria perdida reencontre morada num sorriso em especial. Sorriso que outrora fora o dela.
E, quando a música não bastava e o sorriso minguava, Sara ainda trazia o silêncio e os ouvidos atentos às dores alheias.
Priscila então sorriu para ela, o sorriso foi retribuído com o tom um pouco aflito, Sara preocupava-se com quem ia chegar, Priscila sabia. É Sara que talvez não soubesse o significado daquele sorriso que dizia, ou pelo menos queria dizer: “eu te amo e estou feliz porque você não mudou”.



[24.10.2008]

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