quinta-feira, 25 de agosto de 2011

eu, por Quintana

I

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Pra que pensar? Também sou da paisagem...

Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!

Mario Quintana - A Rua dos Cataventos

Um comentário:

Mima disse...

Isso me lembrou a ABU. Dos silêncios reflexivos, do som dos passarinhos, dos feixes do sol nas manhãs de domingo, da serena paisagem de pessoas, pássaros, árvores e alegrias, da qual eu tbm fazia parte.

Lindo poema.

Te amo, minha Tekinha.
Beijo.