quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Caderno


Mais uma vez aqui, em frente a esse mundo de possibilidades: um papel em branco.
Em outras épocas estaria cheio de desenhos, atualmente, o preencho com palavras, às vezes doces, outras vezes amargas, reflexos do meu cotidiano, dos pensamentos que tantas vezes foram tão bem guardados, outras vezes, apenas exprimidos em traços, poucos, muitos, sujos e até belos traços, rápidos, descontínuos, imprecisos traços...
Preencho hoje com palavras que um dia receei em escrever, por não querer me ver nelas em muitos casos... Esse receio volta de vez em quando, mais vezes do que eu gostaria. E vem com fundamentos, por isso as temo tanto...
Ao mesmo tempo, quando preencho esse universo, vejo melhor o meu pois, por mais rabiscado que ele esteja, é mais fácil apagar os rabiscos quando se consegue enxergá-los.
Assim, vou preenchendo esse mundo e me encontrando por aqui, entre as caligrafias limpas, borradas e até confusas... Elas, entretanto, não me esgotam, sou mais que elas... Mas, um pouquinho de mim se acha aqui, nesse universo enigmático, que visito de vez em quando o tornando menos branco, o manchando de mim.

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